A norte-americana Sharklet desenvolveu um revestimento para superfícies plásticas cujo princípio antimicrobiano se baseia na imitação da textura da pelo de tubarões. Os produtos contendo esta película já são comercializados sob diferentes marcas, incluindo a Tactivex, da empresa Building Rx, que fornece os filmes em diferentes formatos.
A Sharklet apresentou os materiais no espaço denominado "Start up garage", destinado à divulgação de novas empresas de base tecnológica durante a feira NPE, realizado no final de março, em Orlando (EUA).
Os filmes plásticos contendo o padrão de microtextura que imita a pelo de tubarões são aplicados diretamente sobre produtos sujeitos a manipulação intensa, tais como capas para smartphones, balcões, puxadores e maçanetas de estabelecimentos comerciais, médicos e laboratoriais. (Resistências Elétricas).
A textura é invisível a olho nu e não pode ser sentida pelo tato. Ela consiste em milhões de traços microscópicos arranjados em uma estrutura cristalina, reproduzindo padrões denominados pela empresa de "diamantes" tem seção transversal de 26 µm e cerca de três µm de profundidade (veja a foto).
As características desse arranjo criam naturalmente uma superfície imprópria para a proliferação de bactérias sob condições de temperatura e umidade típicas, sem a necessidade de uso de agentes químicos antimicrobianos.
Testes laboratoriais detectaram que esses padrões impedem a fixação, formação de colônias e migração de bactérias, evitando o risco de infecções. Além disso, o filme microtexturizado evitaria o desenvolvimento de micro-organismos resistentes aos agentes antimicrobianos, além de reduzir custos com processos de desinfecção nos mais diversos ambientes.
O material já foi testado e considerado eficaz contra a proliferação de bactérias dos tipo Gram-negativas e Gram-positivas (referência à técnica de coloração para fins de análise) presentes em diferentes meios e concentrações, incluindo as do tipo S. Aureus, P. Aeruginosa e E. Coli.
O desenvolvimento do micropadrão Sharklet antecede a criação da empresa que leva o seu nome, e resultou da tentativa de resolução de um outro problema: O Escritório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos teria encomentado à Universidade da Flórida uma solução para a proliferação de algas e fixação de crustáceos nos cascos de navios e submarinos que evitasse o uso de revestimentos tóxicos. A solução devia ainda ser financeiramente viável a ponto de reduzir os custos de limpeza dos cascos das embarcações.
Entre os produtos já desenvolvidos com o uso dos filmes microtexturizados está a linha Shark Case de capas para smartphones feita em policarbonato, em várias cores, assim como filmes protetores para telas de tablets.
Os filmes podem ainda ser posicionados no interior de moldes de injeção para aderir à superfívie de peças plásticas, em processo similar ao de rotulagem no interior do molde (IML, in mold labelling). Entre os plásticos já testados para receber o padrão de texturas estão policarbonato, poli(metacrilato de matila), polipropileno, ABS, poliuretano termoplástico, poliamida e silicone.
Fonte: http://www.arandanet.com.br/midiaonline/plastico_industrial/2015/maio/index.php
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