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Maravilhas de um Mestiço metálico


Alguns metais são considerados nobres e sua extração se mostra complicada. Mas esses metais, como tudo o mais que vem da natureza não se mostram imediatamente prontos para o consumo e utilização humana. É uma marca típica da civilização em transformar e se transformar à medida que seus sucessos e erros exigem que ela evolua, cresça, sobreviva e transcenda. Sendo assim a arte da metalurgia veio a desenvolver o que alguns pensam ser matéria apenas da química: a combinação de elementos em um composto mais eficiente às demandas que se apresentam, ou seja, as ligas metálicas.


Essa combinação de metais serve como opção, já que, elas apresentam atributos que os metais puros não têm e por isso são desenvolvidas industrialmente e amplamente utilizadas no cotidiano. Como um pequeno estudo de caso dessa proposta, vejamos o latão, uma liga metálica arranjada pela junção de átomos de cobre (Cu) e zinco (Zn). O metal dominante no latão é o cobre sendo geralmente, mais de 50% do total da liga e o zinco entre 5 e 45%.


Material ligado à beleza e a antiguidade clássica

As ligas metálicas com base no zinco têm sido empregadas há séculos; peças de Latão de 1000 - 1400 a.C. foram descobertas na Palestina e outros artefatos com até 87% de zinco na antiga região da Transilvânia. Os romanos já detinham a técnica da composição do Latão desde 30 a.C. Plínio e Dioscórides contam a obtenção de aurichalcum (latão) pelo aquecimento num cadinho de uma mistura de cadmia (calamina) e cobre. Um de seus usos na Antiguidade, quando polido, era como espelho e suas iniciais utilizações surgiram ainda na pré-história.


Diferentes metais podem ser acrescentados, e alterando a quantidade e a proporção destes alteram-se os atributos da liga. Vez por outra, se adicionam pequenas quantidades de alumínio, estanho, chumbo e arsênio para potencializar determinadas qualidades dessa ligação, de acordo como e onde a liga será utilizada.


Tal liga é maleável (mais que os metais que a compõe), dúctil, resistente a impactos e um bom condutor de energia térmica e elétrica.


Seu ponto de fusão relativamente baixo e pode ser fundido com facilidade em pequenos fornos especializados. Mesmo assim esse ponto de fusão é variável dependendo das proporções dos metais utilizados na liga, geralmente entre 900ºc-940ºc. O latão cor amarelada semelhante à do ouro e é admiravelmente resistente a manchas. A tonalidade de sua cor também depende de sua composição.


Coroado pela praticidade dourada

Pode ser aplicado na fabricação de tubos de condensadores, armas, cartuchos de munição, torneiras, cadeados (a parte dourada), rebites, núcleos de radiadores, instrumentos musicais de sopro, aparelhos médicos e cirúrgicos, ornamentações, joias e bijuterias, terminais elétricos, tachos e bacias, moedas, parafusos, arames, vergalhões, válvulas, rodas para carro, etc.


Além de resistência coleira bico blindado em latão para o aquecimento de áreas cilíndricas pelas quais passa plástico, alumínio, melaços, óleos ou quaisquer outras substâncias que careçam de calor, sendo muito empregada em bicos injetores e em sopradoras.


Apesar de ser considerado como uma espécie de “ouro de tolo” ou uma liga não tão famosa, talvez por tão presente no cotidiano, percebemos que sua utilidade para aqueles que participam do ramo industrial é no mínimo fundamental. Conhecer os materiais certos em suas qualidades é um fato importante para a arte de qualquer um que se dedica a indústria e suas facilidades, limitadas apenas pela própria imaginação e coletividade humanas.

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