Avanço da termoformação movimenta mercado de máquinas e de materiais
A consolidação do segmento de termoformados nos últimos anos foi testemunhada por transformadores no mundo todo. Um estudo publicado no ano passado pela empresa inglesa de pesquisa e consultoria TechNavio previu um aumento do mercado de termoformados sob uma taxa composta anual de crescimento (ou compund annual growth rate, CAGR) de 4,27% até 2018. o índice representa a taxa de retorno de um investimento em um determinado período de tempo. No final do ano passado, Plástico Industrial publicou a oitava edição do Inventário PI (edição n° 194 de outubro de 2014, pág. 48), um levantamento bienal do parque de máquinas para transformação de resinas termoplásticas que monitora sua evolução técnica, industrial e econômica, que já revelava um crescimento expressivo do volume de termoformadoras instaladas no Brasil. Entre outubro de 2012 e outubro de 2014, o volume de máquinas no parque brasileiro cresceu 23%. Este crescimento foi constatado também na última edição da Feiplastic, realizada em maio em São Paulo (SP), em que fabricantes de máquinas e de resinas levaram a público os seus desenvolvimentos para esse mercado, a exemplo da Hece, de São Carlos (SP). A empresa exibiu na feira um modelo CNC de alta produtividade (25 ciclos/min), para moldagem de potes de PP. A empresa teria encerrado sua participação na feira com dez equipamentos vendidos e com a perspectiva de fechar mais 10 pedidos em breve. Já a alemã Kiefel, com subsidiária em São Paulo (SP), devulgou na feira o desenvolvimento do processo de decoração no interior do molde (in mold labelling) voltado para termoformadoras. Com aplicação já consagrada nos processos de injeção de embalagens de paredes finas, esse processo de rotulagem agora pode ser associado à rapidez, menor peso e espessura característicos das embalagens termoformadas. O desenvolvimento é bastante recente e ainda não há nenhuma máquina comercializada no País. Patrick Claassens, diretor da Kiefel do Brasil explicou que o maior desafio ao desenvolver o processo foi equalizar o custo do rótulo com o da embalagem termoformada, pois esta relação tendia a favorecer os processos de impressão convencional. Para isso a automação foi decisiva, pois permitiu a rotulagem a uma velocidade compatível com a alta produtividade da termoformação. O posicionamento preciso de sistemas manipuladores nas cavidades, distantes apenas 12 mm umas das outras, permitiu a execução de moldagem e rotulagem a uma taxa de 12 a 15 ciclos por minuto. Os parceiros da Kiefel na área de automação e de moldes para o projeto foram as alemãs Ilseman e a Marbach, respectivamente.
Novos materiais pra filmes seláveis a quente
A companhia norte-americana Dow (São Paulo, SP) tem acompanhado de perto o segmento de termoformação (ou selagem a quente) de filmes flexíveis e viu uma lacuna na oferta de polietileno (PE) para esse mercado. Também durante a Feiplastic, ela anunciou o lançamento de uma linha de filmes de PE com alta resistência mecânica, brilho e transparência para a termoformação de embalagens flexíveis. Batizados de Phormanto, os filmes que compõem a linha são resultado de uma combinação das resinas já existentes no portfólio da empresa. Uma das versões do filme é formada exclusivamente por PE e não possui barreira a gás, mas oferece barreira a umidade, e vem sendo indicada para o envase de congelados, frutas, pães e queijo branco. A outra versão do material utiliza copolímero etileno/álcool vinílico (EVOH) associado ao PE para oferecer barreira a gás e à umidade, e pode ser usado em embalagens de carnes processadas e embutidos. Ainda segundo dados da companhia, sua formulação pode ser ajudatada para atender a diferentes especificações técnicas.Para Charly Eid, gerente de marketing das áreas de embalagens para alimentos e especialidades plásticas da Dow para a América Latina, as matérias-primas tradicionalmente usadas na termoformação têm estruturas muito caras porque a composição dos filmes usados atualmente é complexa devido às múltiplas barreiras que têm de apresentar. O objetivo da companhia foi lançar um filme de estrutura simplificada para torná-lo competitivo. A japonesa Ube, com subsidiária em São Paulo (SP), também apostou neste mercado e desenvolveu uma linha de poliamidas para a produção de chapas e filmes seláveis a quente, a Terpalex FD, que permite a selagem de itens com maior profundidade e é indicada para o contato com queijos, fatiados e embutidos. De acordo com a empresa, com a resina da linha anterior era possível alcançar 70mm de profundidade ante 90 mm do Terpalex FD. A menor temperatura de processamento é outra característica do material, que pode ser termoformado a 80°C, enquanto sua versão anterior era processada a 110°C.
Fonte: http://www.arandanet.com.br/midiaonline/plastico_industrial/2015/junho/index.php
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